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08/11/2016 às 00h24min - Atualizada em 08/11/2016 às 00h24min

Escassez de chuva causa queda de 60% na produção de pequi

Empaer-MT
Água Boa News

Com a falta de chuva durante oito meses, os produtores do município de Ribeirão Cascalheira contabilizam uma queda que pode chegar a 60% na produção de pequi. A colheita já começou e dura dois meses (novembro e dezembro). O cultivo do pequi é nativo e ocupa uma área de 120 hectares, e alguns produtores estão plantando novas mudas para serem utilizadas também no reflorestamento de áreas degradadas.

O técnico agropecuário da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Carlos Alberto Quintino, fala que a planta nativa do cerrado, o Pequi (Caryocar brasiliense), necessita de água para florescer. Com a escassez das chuvas de inverno e 240 dias de estiagem, a previsão é colher somente 300 toneladas do fruto. Ele destaca que o município produz 900 toneladas por ano, ou seja, está prevista uma quebra de 600 toneladas de pequi.

Quintino acredita que os prejuízos financeiros podem chegar a aproximadamente R$ 645 mil. Uma caixa com 28 quilos de pequi está sendo comercializada a R$ 30,00. O quilo é vendido por R$ 1,071. A safra do pequi tem movimentado, nos últimos anos, a economia do município com compradores de Brasília, Goiânia e Cuiabá. “Mesmo com a estiagem os frutos são carnudos, bonitos e amarelos”, ressalta.

Na época da colheita, é comum comercializar em torno de 12 mil quilos do fruto por dia. Nesta safra há uma demora de aproximadamente três dias para colher 12 toneladas. Conforme o técnico da Empaer, esse produto extrativista é uma alternativa econômica para muitos agricultores familiares da região. Normalmente uma árvore de pequi produz em média dois mil frutos por colheita, e começa a produzir no quinto ano, após o plantio.

O produtor rural Argemiro Coelho de Moraes, proprietário de uma área de 84 hectares localizada no assentamento Santa Lúcia, plantou 300 árvores de pequi. Muitas delas já estão produzindo. Argemiro conta que em anos anteriores colheu 250 caixas, em torno de 7 mil quilos do fruto e, nesta safra, acredita que não vai colher 50 caixas, ou seja, 1.4 mil quilos de pequi. Ele considera o pequi da região o melhor do Brasil e enfatiza que o fruto possui 64% de polpa e apenas 10 caroços do pequi pesam em média 1,250 gramas.

O produtor destaca que a sua atividade principal é a bovinocultura de corte e leite e, nessa época do ano, o fruto do pequi garante para muitos agricultores familiares um rendimento extra. “Nesta colheita será diferente e os rendimentos serão menores. Espero que no próximo ano, as chuvas sejam em abundância e a produção farta. Temos que acreditar e trabalhar muito”, enfatiza.

Quatro variedades

Conforme Decreto Governamental, o pequi é considerado uma das árvores símbolos de Mato Grosso, representando o bioma cerrado. No estado, foram encontradas quatro variedades, na região da Baixada Cuiabana: o pequi de tamanho pequeno e o mais consumido na culinária, de tamanho médio em Barra do Garças, o grande em São Félix do Araguaia e o pequi sem espinho encontrado no Xingu, na reserva indígena.

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