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13/04/2016 às 13h14min - Atualizada em 13/04/2016 às 13h14min

PF cumpre mandados na casa de ex-prefeito por desvio de R$ 6 milhões

Francis Amorim / RD News
Reprodução

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (13), em Barra do Garças, a Operação Ultimatum, tendo como alvo principal o ex-prefeito Wanderlei Farias (PR). Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-prefeito, que foi conduzido coercitivamente à delegacia da PF.

A operação foi desencadeada por volta das 6h sob o comando do delegado Rafael Valadares que, às 14 horas, concederá entrevista coletiva à imprensa para falar sobre o teor dos mandados de busca e apreensão. Na casa foram recolhidos documentos e computadores.

Um grande aparato policial, com viaturas e agentes federais, foi mobilizado na operação, inclusive, com o fechamento da rua de acesso à casa do ex-prefeito, localizada no Jardim Amazônia II, em Barra do Garças.

Logo após o cumprimento dos mandados, Wanderlei, acompanhado do advogado Fernando Farias (sobrinho dele), deixou a casa dirigindo o próprio carro e foi conduzido coercitivamente à Delegacia da PF para prestar depoimento. As informações sobre a tipificação dos mandados ainda são desconhecidos. O advogado preferiu não comentar o caso antes de tomar conhecimento acerca das investigações.

Três mandatos

Wanderlei foi prefeito de Barra do Garças por três mandatos, entre 1997 e 2004 e 2008 e 2012. Além de prefeito, exerceu também o cargo de vereador e presidente da Câmara. Desde 2012, quando deixou o cargo, está afastado da vida pública.

O republicano é primo do prefeito Roberto Farias (PMDB), porém ambos militam em lados opostos na política, não tendo, inclusive, vínculos de amizade.

Às 09h02 - Gestores teriam desviado R$ 6 milhões do Barra Previ para aplicar em fundo deficitário

Além de Wanderlei, foi cumprido mandado também na casa da contadora do município à época, Diva Nascimento.

Operação Ultimatum tem objetivo de combater crimes de gestão fraudulenta, associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção passiva, que teriam sido cometidos, em princípio, por agentes públicos e outros autores a serem confirmados.

A investigação aponta que gestores públicos desviaram de forma fraudulenta e clandestina cerca deR$ 6 milhões do Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Barra do Garças/MT(BARRA PREVI), aplicando o valor num fundo de investimento notoriamente deficitário, o ADINVEST, conforme publicação do Banco Central e da Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

Tal investimento foi realizado cerca de um mês antes do término do mandato de um ex-prefeito, após a derrota de sua candidata nas eleições municipais, sem as formalidades legalmente impostas.

Os mesmos não possuíam a legitimidade para a aplicação dos valores, mas sim, o secretário de Administração. Não foram realizadas as consultas necessárias ao Comitê de Investimento e Conselhos de Administração Fiscal e a respectiva Autorização de Aplicação e Resgate também não foi assinada, consoante determina a lei complementar municipal que rege a matéria.

No intuito de dissimular/ocultar a fraude, os agentes públicos ainda fizeram o valor desviado transitar por diferentes contas bancárias até a definitiva aplicação ruinosa, fazendo declarações falsas no último balancete que produziram antes do término do mandato, afirmando que o valor (R$ 6 milhões) se encontrava nas contas do BARRA PREVI.

Tal aplicação já causou um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões ao fundo, impossibilitando que a entidade retire o dinheiro aplicado com o fim de evitar maiores prejuízos.

Consoante apurou-se na Operação Miqueias (mesmo modus operandi), tais investimentos ruinosos em fundo podres, realizados por autoridades municipais por meio de agências financeiras cúmplices nas fraudes, rendiam por volta de 10% a 15% aos gestores municipais do dinheiro indevidamente aplicado, levando-se a conclusão de que o ex-prefeito e sua tesoureira obtiveram vantagem ilícita no montante de R$ 600 mil a R$ 900 mil (corrupção passiva).

Estão sendo cumpridos dois mandados de busca em apreensão e três mandados de condução coercitiva. A PF também cumpre um mandado de condução coercitiva na cidade de Uberlândia (MG). Cerca de 24 policiais federais participam da ação em Barra.

O termo em latim ultimatum é o nome dado ao conjunto das últimas exigências, propostas ou condições que um estado apresenta a outro e cuja não aceitação implica declaração de guerra ou a exigência feita durante o estado de guerra, por um chefe militar, no sentido de conseguir a rendição imediata do inimigo, sob ameaça de alcançá-la por meios violentos. O termo é usado por extensão a qualquer declaração final e irrevogável para satisfação de certas exigências.

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