A saída do delegado Bruno Rodrigues dos Santos, da direção da delegacia da Polícia Federal (PF) de Barra do Garças, não teve nada a ver com pressão externa. Essa foi a afirmação do delegado Vinicius Borges, que responde interinamente pela PF em Barra, ao ser indagado sobre Bruno.
Borges disse que não é transferência, chamou de missão a nova atividade de Bruno em outro Estado e negou que tenha alguma relação com o episódio entre Bruno e o advogado Paulo Lacerda, no final da Operação Pró-Vita, em março de 2012.
Vinicius explicou que Bruno já estaria há cinco anos em Barra do Garças e que normalmente a PF faz rodízio entre os policiais federais de uma cidade para outra.
“Não existe isso. O Bruno está em missão em outra cidade”, frisou.
A saída do delegado Bruno aconteceu logo após Lacerda questionar a condução da investigação por parte do Bruno e do promotor Marcos Brant na Pró-Vita, realizada dia 09 de março, para desbaratar um suposto esquema de venda ilegal de remédios e prática de abortos no hospital municipal de Barra do Garças.
Na época, Lacerda disse que não havia provas contra o médico Orlando Alves Teixeira e desafiou o delegado e o promotor a provarem a participação do médico nos 30 abortos mencionados.
O advogado alertou que iria representar contra Bruno na corregedoria em Brasília e na Procuradoria contra o promotor Marcos Brant por suposta coação de testemunhas.
Bruno não quis falar sobre o assunto. Brant negou qualquer coação por parte do Ministério Público ou da Polícia Federal nessa investigação e reafirmou existir provas testemunhais e gravações contra o médico investigado.
O delegado Vinicius não quis informar para qual Estado seguiu Bruno e que a direção da PF de Barra será definida pela Superintendência em Cuiabá.