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25/12/2017 às 06h44min - Atualizada em 25/12/2017 às 06h44min

Modelo de MT que viveu na cracolândia dá a volta por cima e quer estudar Psicologia

Três anos depois de abandonar as drogas, a linda modelo mato-grossense continua rompendo os desafios. Ela pretende fazer uma faculdade de Psicologia. Acompanhe essa linda história de superação:

Fernanda Factori Viel
Assessoria / Clínica Grand House
No dia 21 de novembro de 2017, Loemy Marques Biazus completou três nos em que virou notícia internacional (e seis dias depois, 28 anos).

Foi a data em que Loemy estampou as páginas da revista Veja São Paulo por ter sido modelo e, posteriormente, ido morar na Cracolândia. Ela tem muito o que comemorar: está sem usar drogas, trabalhando em uma clínica de Dependência Química em Sinop, Mato Grosso, e pretende dar início à faculdade de Psicologia, já que ganhou uma bolsa de estudos.

Loemy não sente falta da fama repentina. A história dela foi parar, posteriormente, nas páginas da Vanity Fair e inspirou a personagem da atriz Grazi Massafera, moradora da Cracolândia na série “Vidas Secretas”, da Rede Globo. Foi um sucesso: “Pela primeira vez na vida estou vivendo com regras, seguindo uma rotina. Sempre fui muito solta, de fazer o que estava com vontade no momento. Vi que a vida precisa disso e estou bem”.

Superação é a palavra de ordem para descrever Loemy desde que o programa do apresentador Rodrigo Faro procurou o psicólogo Sérgio Castillo para dar início ao tratamento de vício em crack da ex-modelo. Sergio Castillo, diretor terapêutico da clínica Grand House, não titubeou e hoje é uma das referências para Loemy: “Ele sempre diz que uma das coisas que fez eu conseguir foi o fato de ter princípios. Minha formação cristã, dada por minha mãe, não deixou eu roubar, matar e fazer outras coisas que poderiam ter me levado à morte na Cracolândia”.

A psicóloga Joana D’Arc, também da clínica Grand House, que fazia parte da equipe em que tratava Loemy, também é referência para a ex-modelo: “Ela me ajudou muito e ainda ajuda. Sempre que tenho dúvidas em relação ao que fazer na clínica, troco ideias com ela”, disse.

Depois de ter passado pelo tratamento fechado, Loemy teve força para mudar de vida. Como recomendado pelos profissionais da área, não a vida de antes. Longe dos holofotes, passarelas e baladas, onde a facilidade da droga é uma realidade, ela se fechou em uma rotina entre trabalho e continuação do tratamento: “A droga é muito poderosa. Sempre digo que estou limpa só por hoje. Ficar longe de situações e pessoas que lembrem a vida em que eu era usuária, é fundamental. Frequentar grupos como AA (Alcóolatras Anônimos), NA (Narcóticos Anônimos) e estar sempre atenta à parte espiritual me ajuda muito”.

E foi em uma ida ao Mato Grosso para visitar a mãe, dona Elisabeth, que mora na cidade de Lucas do Rio Verde, distante 150 quilômetros de Sinop, que Loemy deu de cara com a nova vida, cheia de oportunidades. Ela foi à Sinop participar de uma reunião do AA e conheceu o dono da clínica Cartas (Centro de Apoio e Reabilitação de Toxicomacos e Alcoolistas Sinop), onde mora e trabalha: “Ele fez o convite e eu aceitei. Não pensava em trabalhar com Dependência Química, mas estou gostando muito. O que me fez decidir por continuar no Mato Grosso foi a facilidade de ficar com a minha família e também a bolsa que ganhei para cursar a faculdade de Psicologia. Em São Paulo eu não teria condições de custear de me sustentar e ainda pagar estudos”.

Mas Loemy não faz o estilo “bicho do mato”. Ela sente falta de shoppings e de andar de metrô: “A correria de São Paulo é uma coisa gostosa. Aqui é muito calmo, se bem que no trabalho não tenho tempo para nada, pois acordo às seis da manhã e vou até as dez da noite. Sem formação acadêmica em Dependência Química sou monitora e trabalho com outras pessoas que são voluntárias. Gosto muito de ajudar as meninas que estão internadas”, afirma.

Ela não sente falta do namorado, que terminou no Carnaval: “Estou muito bem sozinha”.

Loemy trabalha três semanas direto por uma ajuda de custo, moradia e alimentação, e na quarta semana do mês vai ficar com a família Em Lucas do Rio Verde frequenta a igreja Congregação do Brasil com a mãe, lê, descansa e toma banhos de rio. Acompanha as ações feitas na Cracolândia e critica: “O governo já errou muito ali, ficou bagunçado. A internação tinha que ser compulsória para as pessoas terem a chance de dizer sim ou não ao tratamento. Mas não há organização, ao contrário do crime, que é realmente organizado e domina os usuários. Achei que iria morrer ali, mas Deus me deu uma chance e eu estou aproveitando”, finaliza a bela ex-modelo que tem 1m79 de altura, com toda sua inteligência e articulação, que nada lembra a época em que consumia 5 pedras de crack por dia. Ela é pura inspiração de que é possível sair do inferno, como muitos denominam a Cracolândia.

Parabéns Loemy pelas conquistas e pela perseverança nesta jornada!

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