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15/09/2017 às 23h44min - Atualizada em 15/09/2017 às 23h44min

Após prisão dos irmãos Batista, JBS suspende compra de gado e gera apreensão na pecuária do Estado

A decisão afeta também a unidade da JBS em Barra do Garças no leste de Mato Grosso

Rdnews
Parte dos frigoríficos da JBS em Mato Grosso suspendeu a compra de gado nessa semana, de acordo com dirigentes e produtores do setor da pecuária estadual. A questão gera apreensão no mercado, já que ainda não se sabe por quanto tempo deve durar a decisão, que foi tomada dias após a prisão de Wesley Batista (um dos donos da JBS), ocorrida na última quarta (13).

Em Mato Grosso, a JBS atua com confinamento em Lucas do Rio Verde e com processamento nos municípios de Água Boa, Alta Floresta, Araputanga, Barra do Garças, Colíder, Confresa, Diamatino, Juara, Juína, Pedra Preta, Pontes e Lacerda.

Túlio Roncalli, que é produtor rural de Pontes e Lacerda, diz que desde ontem (14) os frigoríficos de Pontes e Lacerda e Araputanga não estão realizando compras, apenas abatendo o gado que já estava comprado. Ele pontua que o acesso às informações ainda é escasso e que, por enquanto, não é possível realizar muitos cálculos.

“Ainda não existe prejuízo financeiro porque essa pode ser uma atitude para derrubar o preço do boi, o que leva um tempo. Por enquanto, o mercado está meio parado e está todo mundo esperando os próximos acontecimentos”, explica ao  .

Roncalli afirma que a ação gera apreensão principalmente porque foi tomada após a prisão de Wesley Batista, que de acordo com ele, é quem comandava as operações do empreendimento na parte da pecuária. O produtor lembra também que o fato se desenrola em Mato Grosso justamente quando o setor estava registrando uma recuperação, cerca de cinco meses após a deflagração da Operação Carne Fraca.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), por exemplo, em agosto foram abatidos 496,9 mil animais, o maior registro do estado desde julho de 2014.

Sindicato

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Laticínios do Portal da Amazônia (Sintracal), José Evandro Navarro, diz ao   que foi informado que a unidade de Alta Floresta - cujos funcionários estão em férias coletivas desde 6 de setembro - suspendeu mesmo as compras e deve retornar ao mercado na próxima segunda (18). Apesar disso, ele afirma que a posição das gerências é que no início da próxima semana o abate será suspenso. Na planta de Colíder, porém, a situação está normalizada, segundo ele.

De acordo com os responsáveis pelas empresas, a explicação para as suspensões é a incerteza do mercado, causada principalmente pela prisão de Wesley Batista. Apesar disso, o presidente pontua que nessa época esse tipo de paralisação não é tão incomum, já que o pecuarista segura o gado que, por causa da seca, ainda não adquiriu muito peso.

Navarro afirma que está mantendo contato com os dirigentes das plantas, mas que muitos dos detalhes não estão sendo divulgados. Nesse primeiro momento ele também negou possíveis perdas. “De imediato não existe prejuízo para os trabalhadores, que continuam recebendo mesmo quando não tem abate. O problema é que se a situação permanecer, eles ficam inseguros e começam a questionar se a planta vai fechar. Alguns já até começam a procurar outro trabalho”, afirma.

“A gente torce para que uma empresa desse porte não saia do mercado, já que se isso acontecesse seria uma catástrofe sem precedentes. A Odebrecht passou por uma crise pior e ainda está em operação”, finaliza.

Outro lado

O   entrou em contato com a JBS, que explicou que não irá se posicionar sobre o assunto. Também foi tentado um contato com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que disse que não tem informações formais sobre isso e que, por enquanto, não comentará o fato.

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