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27/07/2016 às 11h49min - Atualizada em 27/07/2016 às 11h49min

Índios alegam impacto e pedem fim de construção de PCHs em MT

Agência da Notícia com G1 MT
Olhar direto

Representantes de sete etnias indígenas de Mato Grosso protocolaram nesta terça-feira (26) um relatório no Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF) alegando impacto ambiental nas aldeias causados pela construção de novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Vale do Juruena. O documento foi assinado por representantes das etnias Myky, Manaoki, Enawenenê Nawê, Apiaká, Kayabi, Munduruku e Negarotê.

No documento de três páginas, os índios alegam que a construção de novas PCHs tem afetado a integridade física e cultural dos povos indígenas. “Nossas opiniões e posicionamentos são contrários aos estudos, licenciamento e instalação de novos empreendimentos hidrelétricos nas áreas adjacentes aos nossos territórios”, diz trecho do documento.

O relatório foi elaborado entre os dias 17 e 19 de junho em uma reunião convocada pelas lideranças indígenas.
Segundo a representante da etnia Manuky, Rosineis Kamunu, os índios não foram ouvidos durantes os estudos para a liberação das construções. “Aqui somos pouco ouvidos. E o que estamos pedindo é só respeito com a nossa natureza”, afirmou.

O documento ainda cita a falta de peixes e o desmatamento como problemas causados pelas construções. “A construção de usinas do topo PCHs, próximas das Terras Indígenas, impede a subida de peixes que diminuem e somem; traz a seca e morte dos rios”, diz outro trecho. “Estamos ficando sem água, o rio também está secando. O nosso plantio está sendo afetado pela falta de chuva causada pelo desmatamento. Nós estamos tentando alertar os governantes”, declarou Rosineis.

Segundo a representante do Fórum de Comitês de Bacias Hidrográficas, Luciana Ferraz, a ativação de antigas hidrelétricas diminuiria o impacto ambiental causado por novas construções. "Isso já diminuiria os danos no meio ambiente", afirmou.

O documento também foi protocolado no Ministério Público Estadual (MPE), na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). As liderança indígenas devem seguir para Brasília onde também devem apresentar o documento.
 

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